segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

memorial Cicera Maria da Silva Guedes

Secretaria Municipal de Educação – Correntes-PE
PDE – Gestar II
Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Língua Portuguesa
Cicera Maria da Silva Guedes


Memorial


“Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho impar.”
Carlos Drummond de Andrade.

Tomando como referência esses versos de Drummond, relatarei neste breve memorial experiências e recordações (e por que não vitórias ?) do meu namoro, noivado e casamento com a educação. Sou Cícera Maria da Silva Guedes (o “Guedes” veio do marido), 29 anos, casada, natural de Correntes-PE, professora de Língua Portuguesa.
Cursei a 1ª série do Ensino Fundamental na escola Jandira Pedrosa e, apesar de ter passado pelo pré-escolar, não sabia ler. E terminei a 1ª série em saber ler! Por quê?. Bom, no pré-escolar aprendi a reconhecer grafemas e fonemas e alguns números. E só. Quando cheguei à 1ª série, a professora era tradicional demais, tanto nos seus métodos de ensino/ aprendizagem quanto na sua forma de se relacionar com os alunos. Ela era fria, distante. Ensinava por silabação. Aprendi a ler sílabas. E só. Nessa série houve rotatividade de professoras e depois dessa professora vieram mais duas. Não me recordo do nome de nenhuma delas. A última professora foi a que mais me marcou, dada a sua agressividade. Ela gritava muito e nos colocava de castigo por motivos banais. E até eu fiquei de castigo (eu que sempre fui muito tímida e comportada!) só porque eu pedi um apontador emprestado a minha colega do lado e a professora pensou que eu estava conversando fora de hora. Foi horrível! Nós ficávamos em pé no canto da sala o restante da aula, de costas para os outros colegas. Recordo-me que fui para o castigo com o lápis (o qual eu queria fazer a ponta) e uma lâmina, e acabei me cortando. Desculpem-me se estou falando demais da 1ª série, mas ainda há outra coisa que quero falar: é como meus colegas e eu víamos a leitura. Nós imaginávamos que ler era uma atividade que a professora fazia e nós repetíamos. Estudávamos com uma cartilha. E na cartilha havia textos muitos famosos, com o texto “Rita”. Uma colega da classe já sabia o texto inteiro, pois havia decorado com a irmã que já havia “dado essa lição”. Sabe no que isso resultou? Muita gente da sala também decorou esse texto de tanto essa colega repeti-lo. Reconhecíamos os textos pelas gravuras. Eu sei do texto até hoje. Vejam:

Rita

Rita vai ao rio.
Rita leva a lata.
Rita vê a vaca.
A lata cai.

No dia dessa lição eu recebi elogios (não só eu) porque havia conseguido “ler sozinha”. Como a professora era ingênua...
Passei de ano e fui para a 2ª série em outra escola, sem saber ler. E a coisa mudou de figura. A maioria da turma lia direitinho. Lembro-me como hoje das palavras de dona Elione, minha professora: “na 2ª série é necessário que o aluno já saiba ler. Você precisa ler sozinha, sem mim. Esforça-se. Você consegue”. Era isso que eu precisava ouvir. Quando eu chegava da escola, pedia ajuda a todo mundo em casa que me ensinar a ler. Passava boa parte do dia com o livro de português aberto, tentando descobrir “o enigma do ato de ler”. E consegui! E daí vieram os livros, os elogios, etc.
E assim concluí a educação básica. Tirava sempre boas notas em todas as disciplinas (minha mãe era muito exigente com os nossos estudos e exigia bons resultados _ meus e de meus irmãos). Fui influenciada a fazer letras acho que por causa de uma professora de português muito simpática e muito criativa: dona Juzí . Estudei com ela parte do meu Ensino Fundamental II e do Médio. Acabei me empolgando. Prestei vestibular na FACETEG/UPE para Letras e passei. Ao término da graduação, no 2ª semestre de 2002, recebi a láurea. Foi uma emoção só! Cursei a especialização em Língua Portuguesa em 2003 na mesma instituição.
Não tenho muito tempo de atuação na docência (apenas 9 anos), mas já trago comigo algumas boas experiências: recordo-me com saudade do fórum Mundial de Educação, em São Paulo, do qual participei em 2004; da participação do GELNE, 2004; da docência no PROGRAPE com duas Práticas de Ensino (II, III) e com a disciplina Conteúdo e Metodologia do Ensino de língua Portuguesa de 1ª à 4ª séries.
Hoje sou professora principalmente de português no ensino fundamental e médio da rede pública municipal e estadual. Sou professora de português porque descobri que as palavras possuem o poder de encantar, revelando para nós, leitores, seus doces mistérios em sua mil faces. Espero que meus alunos também (re)descubram o prazer de ler e se entreguem à contemplação das palavras. Acredito que o GESTAR II é um grande parceiro para a conquista desse grande objetivo, tão comum e almejado por todo professor.
Gosto de brincar com palavras. Eis duas de minhas brincadeiras: Ofício e Kit All Life Plus


Ofício


Dizem por aí
que nada se pode encobrir.
Mas qual é o meu ofício?
É revelar ou é fingir?

Ocultar os sentimentos,
revelar o que não vê...
Será isso maldade
não falar a verdade
e de si não saber
nessa arte de escrever?

Se fingir for meu ofício,
Revelar já não o é.
Mas me diga sem artifício
qual dos dois é mais propício:
revelar ou esconder?

Eis o enigma, leitor,
que passo agora a você:
se esconder ou se revela
nesse jogo de escrever?


Kit All Life Plus


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Observações:
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